sexta-feira, 30 de março de 2012

Projeto Formoso deve subir produção em 82% Jorge Gouveia A revitalização do projeto “Rio Formoso” vai contar com a parceria do governo federal e deve incrementar a produção em 82% e mais 55% na oferta de empregos para a região. No final de junho, o Ministério da Integração Nacional liberou mais R$ 800 mil para o Tocantins. Destes, R$ 600 mil serão aplicados no projeto Rio Formoso. Atualmente, o projeto, apesar dos reservatórios estarem operando na cota mínima, produz 128.250 toneladas de grãos por ano, entre soja, arroz e o milho, além de 75 toneladas de melancia na entressafra - carro-chefe do projeto nesse período. A fruta já está sendo considerada uma das principais do país por conquistar os mercados mais exigentes. Com a conclusão das obras de revitalização, a produção de grãos deve chegar a 249 mil toneladas e a melancia, considerada a de melhor qualidade no país, terá um aumento de produção passando para 120 toneladas em cada entressafra. Segundo os técnicos, a peculiaridade da melancia produzida no projeto Rio Formoso é que ela pode crescer conforme o interesse do produtor para atender ao mercado das diversas regiões do país. Quando o projeto estiver totalmente revitalizado e com a produção total alcançando 370.083 toneladas ao ano, estará ocupando uma área irrigada com mais de 55 mil hectares. Para isso, os reservatórios deverão estar operando na cota máxima, o que deve ocorrer após a revitalização. Neste sentido, o governo do Tocantins já apresentou ao governo federal, por meio do Ministério da Integração Nacional, um projeto de revitalização orçado em mais de R$ 200 milhões, dinheiro que deverá ser repassado gradativamente. As informações são do secretário estadual dos Recursos Hídricos, Anízio Costa Pedreira, segundo o qual o projeto Rio Formoso produz atualmente em 16 mil hectares, 82,50 toneladas de arroz irrigado, 33,750 toneladas de soja em 13,500 hectares, 12.000 toneladas de milho em 2000 hectares e 75.000 toneladas de melancia em apenas 2,500 hectares. Segundo o secretário, no caso da melancia, enquanto nas outras regiões de produção do país o ciclo é de 90 dias para a colheita, na região do projeto Rio Formoso, no município de Formoso do Araguaia, a 327 km de Palmas, este período é reduzido para 65 dias e, com isso, reduz-se também os custos de produção. O secretário, e também engenheiro que acompanha o projeto desde 1979, afirma que sempre existiu a participação do governo federal e que o governo estadual oferece a contrapartida na manutenção das barragens, estradas e estações de bombeamento para irrigação. A área, segundo o secretário, é extremamente produtiva e um grande pólo de produção do Estado, mas a revitalização total dependerá dos recursos oriundos do governo federal que seriam repassados gradativamente. “Esta recuperação é um trabalho lento e gradual. É preciso, porém, priorizar as barragens, recuperar os reservatórios Calumbi I, Calumbi II e Taboca, porque eles é que oferecem a água para a irrigação”, explica o secretário, acrescentando que a recuperação gradual é em função do tempo, que só pode ser realizada de junho a outubro para não atrapalhar a produção. O Projeto O Rio Formoso é constituído de um sistema de irrigação, sistema de drenagem e sistema viário. De acordo com o secretário somente a barragem Calumbi I tem 14 quilômetros de barramento, sendo também via de acesso. “O canal principal de irrigação tem 54 quilômetros e ele também é uma via de acesso. Se alguém for atravessar o projeto da estação de bombeamento até o Rio Formoso é também uma via de acesso e durante todo esse período o Estado tem contribuído com a recuperação dessas vias, troca de comportas e construção de vertedouros. Agora mesmo o Estado recuperou o reservatório Taboca, com 180 milhões de metros cúbicos para que possa operar pelo menos com uma cota mínima para não comprometer as estruturas a montante (acima) do projeto, pois em um reservatório deste o que estiver à jusante (abaixo), caso ele se rompa, vai tudo embora”, explica. De acordo com o secretário, a carga máxima (altura da lâmina de água) é de 12 metros e está operando em cargas mínimas, cerca de 5 metros de altura. Com isso, na entressafra não se pode plantar toda a área do projeto. 04/07/2006 12:05:10
O governador Siqueira Campos recebeu, na manhã desta quinta-feira, 16, a visita de cortesia do ex-governador de Goiás, Ary Valadão, acompanhado da ex-primeira-dama, dona Maria Valadão. O governador afirmou que Ary Valadão contribuiu muito para o desenvolvimento do então Norte de Goiás, seja como deputado federal, seja como mandatário do Estado irmão. O mesmo, disse, é possível afirmar da ex-primeira-dama e ex-deputada federal Maria Valadão. Uma das mais importantes obras do governo Ary Valadão para a região que hoje compõe o Estado do Tocantins foi o projeto Rio Formoso, projeto de agricultura irrigada que é exemplo para o País e que está sendo alvo de uma ação de revitalização no atual governo. Ary Valadão, que administrou o Goiás de 1979 a 1983, priorizou a construção de escolas estaduais, entre outras iniciativas, no território do atual Estado do Tocantins.(Secom)
A semente é, muito provavelmente, o insumo com maior valor agregado, pois leva consigo a constituição genética da cultivar, fruto de muitos anos de trabalho desenvolvido pela pesquisa. A semente comercial é produzida dentro de padrões de qualidade rigorosos que garantem ao produtor o melhor desempenho no campo, maximizando os benefícios de outros insumos, como os fertilizantes e defensivos. A produção de semente comercial é controlada por normas restritas estabelecidas em nível estadual. No Estado do Tocantins, as normas são estabelecidas pela Comissão Estadual de Sementes e Mudas (CESM/TO) e estão disponíveis no site http://www.seagro.to.gov.br. Vale destacar, contudo, que as vantagens da semente comercial nem sempre são totalmente aproveitadas pelo produtor. Somente cerca de 30% dos produtores de arroz irrigado adquirem semente comercial para plantio. A grande maioria planta sua própria semente. As práticas para produção de sementes de arroz apresentadas a seguir são utilizadas na produção de semente comercial, mas também podem ser muito úteis para melhorar a qualidade da semente própria. As lavouras destinadas à produção de sementes são conduzidas de forma semelhante àquelas para produção de grãos, diferindo, no entanto, em determinadas práticas culturais e legais que requerem cuidados especiais conforme detalhado a seguir. Escolha da área Diversos fatores climáticos devem ser considerados quando se vai selecionar uma região para produzir sementes. Baixa luminosidade, variações bruscas na temperatura e elevada umidade relativa são desfavoráveis à obtenção de sementes de qualidade e altamente favoráveis à incidência de doenças. As condições climáticas adversas do Estado do Tocantins podem ser minimizadas quando se planta para semente em época diferenciada. Antes de definir a área para produção de sementes de arroz irrigado, deve-se procurar conhecer o seu histórico, no que se refere às cultivares utilizadas anteriormente, para prevenir possíveis misturas varietais pelo aparecimento de plantas voluntárias e o grau de infestação com plantas daninhas. Dependendo do sistema de semeadura adotado, determinadas áreas podem tornar-se inviáveis para produção de sementes, devido principalmente à presença do arroz-vermelho e do arroz-preto, que são mais rústicos que o arroz cultivado, degranam muito facilmente e suas sementes apresentam dormência prolongada, permanecendo viáveis no solo por vários anos. Ademais, os herbicidas utilizados para o controle dessas plantas daninhas são pouco eficientes. Por isto, áreas muito infestadas por arroz-vermelho e arroz-preto devem ser evitadas quando a semeadura for feita em solo seco, com subseqüente inundação. Para o aproveitamento dessas áreas para fins de produção de sementes, recomenda-se o plantio com sementes pré-germinadas, ou o transplantio de mudas, aliado a práticas de controle de plantas daninhas. É importante lembrar que, além dos graves prejuízos que as doenças causam à produtividade e à qualidade, algumas delas podem ser transmitidas pelas sementes. Escolha da cultivar A escolha de cultivares deve ser norteada pelas recomendações da pesquisa e pelas características do mercado. A descrição botânica e agronômica das cultivares é um instrumento indispensável na inspeção dos campos de produção, no laboratório de controle de qualidade e na indústria de sementes como um todo. Produtividade, qualidade e mercado são fatores importantes na escolha da cultivar, a qual deve estar em consonância com os anseios do produtor, do industrial e do consumidor. As sementes de arroz apresentam um período de dormência pós-colheita que, em regiões de clima temperado, é normalmente de quatro a cinco meses. Já em regiões tropicais, como é o caso do Tocantins, esse tempo varia de um a dois meses. Vale lembrar que existem também diferenças no grau de dormência entre as cultivares. Sistemas de produção Para as classes superiores de sementes, genética e básica, um dos sistemas de produção mais utilizado é a multiplicação de panículas por linha. Neste sistema, as panículas selecionadas representativas do genótipo em questão são semeadas em linhas individuais, com espaçamento de 5 cm a 10 cm entre sementes e de 30 cm a 40 cm entrelinhas. As linhas que apresentam plantas atípicas são eliminadas, efetuando-se a colheita conjunta das linhas homogêneas. Um outro sistema utilizado para a produção de sementes é o transplantio manual ou mecanizado de mudas, recomendado especialmente para regiões onde não há disponibilidade de áreas novas para a produção de sementes, ou onde as áreas em uso encontram-se infestadas por arroz-vermelho e arroz-preto, além de plantas voluntárias. Neste caso, as mudas são obtidas a partir de panículas selecionadas e transplantadas individualmente. A área deve ser preparada de forma idêntica à usada para a semeadura de sementes pré-germinadas, com o transplante sendo realizado na lama para evitar o aparecimento de plantas voluntárias oriundas de sementes que se encontravam no campo. Erradicação de plantas indesejáveis A prática de examinar cuidadosa e sistematicamente o campo de produção de sementes com o objetivo de remover as plantas indesejáveis é chamada de roguing. Esta operação, que prevê a eliminação de todas as plantas contamináveis (atípicas), é de fundamental importância para a obtenção de sementes de elevado grau de pureza varietal, genética e física. Colheita A maturação fisiológica da semente ocorre em torno de 30 e 35 dias após a floração, coincidindo com o máximo de seu potencial de vigor e poder germinativo. Apesar disto, a semente ainda não está no ponto ideal de colheita devido ao seu alto teor de umidade. Para evitar as grandes flutuações de umidade das sementes expostas no campo e, com isso, diminuir o problema de fissuras no grão, a colheita deve ser feita quando as sementes tiverem entre 20% e 24% de umidade, o que também minimiza o problema de degrane natural, que é bastante alto para algumas cultivares. O retardamento da colheita também é prejudicial para a qualidade da semente. O arroz que permanece no campo após a maturação de colheita está sujeito a oscilações de temperatura, de umidade e ao ataque de doenças, pragas e animais predadores, com conseqüências danosas à qualidade fisiológica das sementes. Limpeza de máquinas e equipamentos Uma das práticas mais importantes na produção de sementes é a limpeza de máquinas e equipamentos, seja durante a fase de campo ou após a colheita. Na fase de campo, as principais fontes de contaminação estão nos equipamentos utilizados no preparo do solo, no plantio e na colheita. Todo o maquinário utilizado deve ser rigorosamente limpo antes do início dessas operações e sempre que houver mudança de cultivar. Durante a colheita, além da limpeza minuciosa dos equipamentos, é recomendável que os primeiros sacos colhidos sejam descartados sempre que começar a colheita de uma nova cultivar. Pureza varietal Misturas varietais e sementes de plantas daninhas que podem ocorrer em um lote de sementes são oriundas de outras cultivares que permaneceram no campo ou nas máquinas e equipamentos utilizados pelo produtor em colheitas anteriores. Dentre as plantas daninhas mais prejudiciais e de difícil controle destaca-se o arroz-vermelho. A presença de arroz-vermelho leva à condenação da produção para uso como semente. A grande dificuldade para o controle e/ou erradicação das misturas varietais e do arroz vermelho está relacionada ao fato de esta planta pertencer à mesma espécie do arroz cultivado, não podendo, portanto, ser controlada por herbicidas. Uma boa notícia é que as novas cultivares híbridos que vêm sendo introduzidos no Rio Grande do Sul apresentam tolerância a algum tipo de herbicida, possibilitando assim o controle tanto do arroz-vermelho como do arroz-preto. Espera-se que, muito em breve, estas tecnologias sejam disponibilizadas também para o Estado do Tocantins. A disseminação de sementes de arroz-vermelho de uma área para outra, ou de uma região para outra, ocorre principalmente pelos lotes de sementes contaminados. Esses lotes, caso contenham um único grão de arroz-vermelho em cada 500 g, podem contaminar 1 ha com 200 sementes de arroz-vermelho. Além dessas características, o arroz-vermelho cruza facilmente com o arroz cultivado, transferindo naturalmente características indesejáveis, como a coloração do pericarpo e alta porcentagem de degrana, para as sementes de cultivares comerciais, gerando plantas daninhas com as mesmas dimensões físicas da cultivar. Dessa forma, fica impossibilitada a sua identificação em campo ou a sua separação no beneficiamento. Com medidas de controle integrado, que contemplem ações preventivas, culturais, físicas e químicas, é possível obter sucesso no controle do arroz-vermelho. Secagem A secagem é uma operação de rotina na produção das sementes de arroz que são colhidas, geralmente, com umidade superior àquela indicada para um armazenamento seguro. Esta operação tem por objetivo reduzir a umidade da semente até próximo de 13%, preservando, assim, a sua qualidade fisiológica. A secagem da semente é, muitas vezes, confundida com a secagem do produto para consumo, que também é colhido com alta umidade para aumentar o seu rendimento industrial. Contudo, não só os equipamentos utilizados na secagem como também os graus ideais de temperatura dessa operação são diferenciados conforme o fim a que se destina o produto. A temperatura é uma variável extremamente importante na secagem tanto da semente quanto do grão. Quando as sementes são submetidas à secagem sob temperaturas altas, principalmente quando a umidade ainda está muito elevada, podem ocorrer perdas da sua qualidade fisiológica. Outro fator a ser considerado é que, em regiões de clima úmido, mesmo as sementes já secas e armazenadas são capazes de reabsorver umidade da atmosfera a níveis que podem comprometer a sua qualidade. Além de conhecer os níveis de umidade ideais para o armazenamento da semente, é preciso, portanto, saber como secá-la e armazená-la com segurança. Beneficiamento Depois de retirado do campo, um lote de sementes apresenta, misturado às sementes de arroz, materiais indesejáveis, como palhas, terra, pedaços de outras plantas e sementes de plantas daninhas e de outras espécies cultivadas, que devem ser removidos antes de a semente ser comercializada ou semeada na propriedade. O beneficiamento compreende, por conseguinte, o conjunto de operações a que a semente é submetida, desde a sua entrada na unidade de beneficiamento de sementes até a embalagem e distribuição, com o objetivo de melhorar a aparência e a pureza dos lotes de semente, bem como protegê-los contra pragas e doenças. Cada uma das etapas que compõem o processo de beneficiamento, pré-limpeza, limpeza, classificação e ensaque, utiliza máquinas e equipamentos específicos para a separação adequada entre o arroz e seus contaminantes. O beneficiamento da semente é realizado com base nas diferenças das características físicas existentes entre a semente de arroz e as impurezas que a acompanham após a colheita. Essas diferenças são detectadas por equipamentos que operam utilizando-se de uma ou mais diferenças entre a semente e as impurezas. Quando se utilizam peneiras, o processo de separação entre a semente e as impurezas é pautado pelas diferenças em tamanho; utilizando-se do fluxo de ar, a separação é pelas diferenças de massa. Outros equipamentos muito utilizados no beneficiamento de sementes de arroz são a mesa densimétrica, que separa por diferenças em peso específico, e o cilindro alveolado, que separa as sementes dos grãos quebrados, pelo comprimento. Vale lembrar que as sementes de mais baixa densidade possuem baixo vigor, e as de alta densidade darão origem a plantas vigorosas, que produzirão mais.
Extensão e distribuição Com base no mapa de solos do Brasil, publicado pela Embrapa Solos, em 2003, e no atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, pode-se, de maneira bastante genérica, distinguir oito classes de solos representativas do Estado do Tocantins, cuja extensão e distribuição é detalhada na Figura 1 e na Tabela 1. As classes dos Latossolos, Plintossolos, Argissolos e Neossolos Quartzarênicos distribuem-se em aproximadamente 90% da área. Solos considerados jovens, como os Neossolos Litólicos e Cambissolos, ocupam em torno de 6% da área tocantinense. Estes, em geral, apresentam aptidão restrita ou nula ao cultivo agrícola em grande escala, seja devido a sua pequena profundidade efetiva e presença freqüente de cascalhos na superfície, seja devido ao relevo geralmente movimentado, característico das paisagens onde ocorrem. Classes de solos mais adequadas para o cultivo do arroz irrigado O Estado do Tocantins atualmente é considerado uma das regiões mais promissoras para a expansão orizícola irrigada do país devido à grande oferta de extensas áreas de várzeas, cujos tipos e características de solos e condições de hidromorfismo tornam-nas aptas ao cultivo irrigado por inundação contínua. É na planície sedimentar do Rio Araguaia, onde os solos da classe dos Plintossolos e Gleissolos (Figura 1), predominantemente de baixa fertilidade natural, com baixos valores de pH e de cátions básicos (Ca2+, Mg2+, K+, etc.), estão sendo cultivados com arroz irrigado por inundação contínua. Muitos desses problemas são facilmente minimizados ou corrigidos com a utilização de cultivares e/ou aplicações adequadas de corretivos e fertilizantes. As características gerais das classes de solos Plintossolos e Gleissolos são relatadas a seguir. Fig. 1. Mapa de solos do Estado de Tocantins, elaborado pela Embrapa Solos. Tabela 1. Área absoluta e relativa das principais classes de solos do Estado de Tocantins. Classe de solo Área absoluta (km2) Área relativa (%) Latossolo 72.816,80 26,23 Plintossolo 61.834,25 22,28 Argissolo 56.384,08 20,31 Neossolo Quartzarênico 46.671,12 16,81 Neossolo Litólico 16.317,68 5,88 Gleissolo 13.311,56 4,79 Nitossolo 5.666,85 2,04 Cambissolo 886,85 0,32